Arteplex Unibanco
Esperando início do filme Babel, tem os clássicos anúncios na telona. Mas um chamou a atenção.
Era da revista Piauí, cujo um dos sócios é o ótimo cineasta João Moreira Salles. Numa propaganda simples, a revista agradece ao ministro da Defesa, Waldir Pires, pelo aumento da venda da revista, já que com a crise nos aeroportos, as pessoas sem alternativa "nem cafezinhos", acabaram comprando a revista para passar o tempo e com isso as vendas cresceram.
A propaganda é bem humorada e causou risos na platéia.
Ao sair do belo cinema, vi uma placa pequena, atrás da porta, dizendo que aquele empreendimento foi realizado com recursos da lei do audiovisual, do Ministério da Cultura. O empreendimento leva o nome do Unibanco, que, como todos os bancos, vem lucrando substancialmente nos últimos anos. Porém parece que tem vergonha de mostrar que o empreendimento foi feito com recursos públicos.
Para fazer chacota do governo o espaço é grande, para falar bem o espaço é mínimo. Os donos do poder sempre foram acostumados a pegar dinheiro público, não agradecer, e fazer dele o que bem entender. As vezes até alguma coisa bonita, como as que se vê nos países ricos. Pena que não usam esta verba, paga com nossos impostos para levar cultura a quem não tem. Fazer uma sala de cinema onde não há tanta beleza, porém muita gente, por exemplo.
O complexo é muito bonito e confortável, o preço dos ingressos é de R$ 14,00 nos dias úteis e de R$ 16,00 nos fins de semana, tem também a promoção das quartas-feiras, a R$ 10,00 e os clientes do banco pagam meia entrada. O cinema foi feito com recursos públicos, para todos poderem usufruir. Todos quem??
Não vale responder que tem uma sessão diária gratuita, que é o "Curta às Seis", patrocinado pela Petrobrás, com curtas também bancados pela estatal. Nenhum feito pelo Banco privado.
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